quinta-feira, 27 de maio de 2010

Evolução Histórica da Contabilidade

1 Evolução Historica da Contabilidade e dos Sistemas de Gestão de Custos

1.1 O impacto do dinheiro sobre a vida civil

Desde os primórdios da humanidade, há aproximadamente 3 mil anos, que a utilização do dinheiro tem promovido transformações na maneira como os produtos são distribuídos e na maneira como a sociedade civil se subsidia. De acordo com o antropólogo cultural Jack Watherford (1999), no mundo já ocorreram três grandes mutações do dinheiro que ele denominou de gerações.


A primeira geração começou com a invenção das moedas na Lídia há aproximadamente 3 mil anos e resultou no primeiro sistema de mercados abertos e livres. A invenção e disseminação das moedas e o mercado que as acompanharam criaram um sistema cultural totalmente novo – as civilizações clássicas do Mediterrâneo.
A segunda geração do dinheiro dominou desde o início da Renascença até a revolução industrial e resultou na criação do moderno sistema capitalista mundial.
[...]
Agora, no início do século XXI, o mundo está entrando na terceira etapa de sua história monetária – a era do dinheiro eletrônico e da economia virtual (WATERFORD, 1999, p.12-13 ).


A moeda criou culturas singulares no mundo ocidental durante a Baixa Idade Média e a Modernidade. Analisando o período medievo, podemos inferir que, embora a vida econômica da Idade Média se baseasse principalmente na produção agrícola de subsistência, não faltaram, nesse período, habilidade técnica, economia de mercado e produção de excedentes. Isso quer dizer que o sistema feudal não se mostrou incompatível com o comércio e a indústria . Ao contrário, desde os primórdios do período medieval, comerciantes e artesãos asseguraram, ainda que em bases precárias, a produção e a circulação de bens entre os domínios senhoriais. Essas pessoas habitavam os burgos, lugares fortificados que impulsionaram a retomada da vida urbana. O estilo de vida dos burgueses mostrava-se bem diferente daquele que ocorria dentro dos feudos, e suas atividades estariam entre os fatores responsáveis pela destruição do próprio sistema feudal.

Em meados do século XIII, as transformações oriundas da maneira de distribuir os produtos e da maneira de como a sociedade civil se subsidiava fez com que surgisse um sistema bancário e de escrituração contábil que são utilizados até hoje. Tais atividades tiveram início com os Cavaleiros da Ordem dos Templários.

Por volta do século XI, era a Ordem dos Templários (Ordem Militar dos Cavaleiros do Templo de Salomão) que administra a maior corporação bancária internacional. Suas propriedades, verdadeiras fortificações, foram transformadas em locais ideais para depositar dinheiro e bens de valor. Além disso, os Templários garantiam transporte seguro para objetos de valor por longas distâncias, efetuavam o câmbio, administravam fundos e concediam empréstimos aos reis.

A ordem ficou rica e se expandiu. Tal fato acabou concorrendo para a sua destruição, uma vez que a cobiça pelo negócio e capital acumulado, fez com que o rei Felipe IV da França, Felipe O Belo, iniciasse um período de perseguição aos cavaleiros até que estes fossem queimados em praça pública.

Os cavaleiros da Ordem dos Templários foram substituídos em sua empreitada bancária e contábil por famílias italianas de Pisa, Florença, Veneza e Gênova, cidades-estados em que o comércio possuía uma enorme relevância. Bancos familiares e privados operavam com dinheiro de diversas sociedades sem o limite do Estado ou da Igreja. Os italianos realizavam negócios na maioria dos mercados e feiras européias. Estes iam desde compra e venda de produtos agro-pastoris e artesanato até o câmbio e empréstimos. Para facilitar suas transações, os banqueiros italianos utilizavam letras de câmbio. As letras de câmbio ajudavam a superar o obstáculo do tempo e a dificuldade de lidar com moedas em grande quantidade, fato que acabou impulsionando ainda mais o comércio. Além disso, os italianos criaram a escrituração contábil com partidas dobradas e o cheque. Assim, o aparecimento de banqueiros, cambistas e usurários das mais variadas origens, impulsionou a expansão de crédito e esta favoreceu as atividades comercial e industrial, ocupações nitidamente urbanas.

O mundo do trabalho também assistiu a transformações importantes durante a Baixa Idade Média. Nos domínios dos senhores, foram abolidas algumas obrigações servis e os camponeses, principalmente após o século XII, passaram a exigir pagamento em dinheiro ou em parte do excedente agrícola. Nos burgos, desenvolveram-se as corporações de ofício, instituições responsáveis pela organização e distribuição de determinados produtos manufaturados. Essas associações típicas da sociedade medieval reuniam profissionais do mesmo ramo, desde os mestres de perícia reconhecida até os aprendizes.

Entre as atribuições das corporações de ofício estava a de evitar a concorrência entre os artesãos locais e os de outras cidades. Para tal, fixavam o preço do produto, controlavam a qualidade das mercadorias, a quantidade de matérias-primas necessárias à indústria e os salários dos produtores.

Todas essas mudanças provocadas pelo incremento comercial, industrial e urbano provocaram o confronto entre as visões de mundo dos senhores feudais, por um lado, e dos comerciantes e artesãos, por outro lado. A questão da riqueza talvez tenha sido um dos maiores pontos de controvérsia. A riqueza, para um senhor feudal, apesar de não estar unicamente relacionada à terra, se associava ao número de seus vassalos diretos, isto é, dependentes e agregados que viviam dentro de suas propriedades. Já para a burguesia, riqueza significava poupança e investimentos adquiridos com a administração de seus bens.

Por volta dos séculos XIV e XV, a economia da Europa ocidental passou por uma violenta depressão, após um longo período de prosperidade. Ao mesmo tempo, os europeus começaram a ver o mundo de um modo diferente, questionando a ordem feudal. Associada à crise de retração econômica, a mudança de mentalidade contribuiu para profundas modificações políticas, econômicas, sociais e culturais, que acabaram resultando no colapso de muitas das estruturas do sistema em vigor. Os presságios de uma nova ordem estavam a caminho e em breve a “Europa do latim” deixaria de existir, a modernidade esta a caminho.

Vimos anteriormente que o comércio e a indústria não eram atividades incompatíveis com o feudalismo. Mesmo assim, a expansão econômica na Baixa Idade Média encontrou vários obstáculos, tais como as divergências entre os mercadores e as corporações de ofício, o precário sistema de transportes, a falta de moedas e de capital circulante e a distribuição desigual da renda. Outro entrave à expansão das relações econômicas diz respeito à natureza da economia de mercado, expressão que o economista Paul Singer define da seguinte maneira:



(…) A economia de mercado é muito antiga. Desde os pródomos da história, diferentes sociedades organizavam sua vida econômica sob a forma de produção especializada de bens que eram intercambiados em feiras sazonais ou mercados permanentes. Nas formações sociais anteriores ao capitalismo, a economia de mercado só ia coexistir com uma economia de subsistência mais ou menos extensa. Alguns bens eram produzidos como mercadorias, e muitos outros eram produzidos como valores de uso, para consumo dos próprios produtores ou de outros membros de seu círculo doméstico. (…) (SINGER, 1987, p.07 ).


Não obstante, não podemos confundir a economia de mercado das formações sociais anteriores ao capitalismo com economia de mercado capitalista. Nas sociedades pré-capitalistas, os indivíduos dependiam parcialmente do mercado e, no essencial, a riqueza era representada pela terra. Já na sociedade capitalista, os indivíduos dependem principalmente do mercado e, no essencial, a riqueza é representada pelo dinheiro.

Assim, no momento em que os indivíduos passaram a depender fundamentalmente do mercado é que se consolidou o sistema econômico capitalista. Mas a mudança não ocorreu de repente, da noite para o dia. Foi preciso que uma série de fatores desencadeasse um processo de políticas favoráveis ao pleno desenvolvimento do capitalismo, políticas estas que ficaram conhecidas como mercantilismo.

Nas condições de poder descentralizado do feudalismo, alguns nobres toleraram e até incentivaram as atividades em seus domínios de mercadores, banqueiros, negociantes de armas e artesãos, indivíduos autônomos e importantes na estrutura social.

Aos poucos e de maneira desigual, iniciou-se, principalmente na Europa ocidental, uma centralização da autoridade política, fundamental ao desenvolvimento econômico. Nesse sentido, diversos Estados nacionais optaram por diferentes práticas mercantilistas, responsáveis por uma expansão sem precedentes e por uma competição predatória. Nessa selva econômica, saíram vencedores aqueles países que demonstraram capacidade de adaptação e competitividade. Algumas práticas que emergiram desse universo econômico tiveram como diretrizes o metalismo, a balança comercial credora, o cameralismo e o colonialismo.

De uma maneira sucinta podemos caracterizar os metalistas ou bulionistas como indivíduos que preconizavam que a riqueza estava relacionada com a capacidade de se conseguir acumular o máximo de ouro e prata. Essa prática foi adotada especialmente pelos espanhóis entre os séculos XVI e XVII graças à descoberta de metais preciosos em suas colônias na América.

A idéia de uma balança comercial credora teve como resultado duas práticas que ficaram conhecidas como industrialismo e comercialismo. O objetivo era promover um superávit da balança comercial, isto é, exportar mais do que importar. Isso permitiria o ingresso de riquezas, expresso em entrada de moeda metálica, no Estado nacional.

O industrialismo também se tornou conhecido como colbertismo devido ao impulso que essa política recebeu de Colbert, ministro de Luís XIV. Na França do século XVII foi incentivada a indústria manufatureira, que tinha produção mais regular e mais previsível do que outros setores da economia, como a agricultura, por exemplo, e gerava bens exportáveis de maior valor específico. Tecidos de luxo, malharia, tapeçaria, porcelana, objetos de vidro, armas e papéis passaram a fazer parte da pauta de exportações dos franceses.

Já os ingleses optaram pelo comercialismo através de estímulos à produção manufatureira, especialmente de têxteis. Também foram incentivados o desenvolvimento da marinha mercante e as atividades dos piratas, que pilhavam os galeões espanhóis carregados de metais preciosos. A política mercantilista inglesa dos séculos XVI e XVII coincidiu com a expansão marítima e colonial. O resultado desta política expansionista se fez sentir no desenvolvimento do comércio exterior e na marinha mercante britânica. Posteriormente, no século XVIII, a Inglaterra seria o primeiro país do mundo ocidental a realizar uma Revolução Industrial.

Fragmentados em centenas de unidades com diferentes tamanhos e graus de soberania, os Estados germânicos adotaram uma política econômica mercantilista que ficou conhecida como cameralismo. A política econômica adotada pelos cameralistas teve como diretriz o aumento da riqueza tributável, isto é, o aumento dos impostos, e como conseqüência o crescimento da renda dos Estados. Por meio de regulamentações, os príncipes das unidades políticas mais significativas, sobretudo a Áustria, organizaram e controlaram a produção agrícola e manufatureira. As exportações de matérias-primas e as importações de produtos manufaturados foram proibidas.

Essas práticas sobreviveram nos Estados germânicos durante aproximadamente três séculos. Contribuíram para que os mesmos se aproximassem da auto-suficiência econômica no século XIX, quando foram unificadas em uma só entidade política, a Alemanha imperial.

Na Holanda, uma ativa burguesia mercantil e bancária desenvolveu uma política mercantilista apoiada em três sólidos pilares: a Companhia das Índias Orientais, encarregada de dirigir o comércio holandês no Oriente (compras, remessas de ouro, venda das mercadorias recebidas); o Banco de Amsterdã, responsável pelo fornecimento de crédito e de moedas de todos os países aos mercadores, para que pudessem comprar mercadorias de qualquer origem; e uma frota mercante capaz de transportar cargas pesadas e volumosas ao longo das rotas marítimas.

A política colonialista, por sua vez, teve como preocupação a incorporação de extensas regiões da África, do Oriente e da América à economia européia. Baseou-se no chamado pacto colonial. Pelo pacto ou exclusivismo colonial, a colônia existiria em função da metrópole, e apenas para ela. Isso significa que a produção colonial deveria possibilitar lucros elevados aos comerciantes metropolitanos, que monopolizavam as importações e as exportações. A atividade econômica das colônias deveria apenas complementar as respectivas metrópoles, sem jamais concorrer com elas. Essa política restritiva foi adotada por Portugal e outros Estados europeus detentores de impérios coloniais.

1.2 Do mercantilismo a Revolução Industrial

A industrialização na Grã-Bretanha teve início por volta de 1760. As causas desse processo não devem ser creditadas unicamente à superioridade tecnológica e científica, mas também a condições favoráveis que já existiam no país antes do século XVIII.

A consolidação da monarquia parlamentar alterou profundamente os rumos da economia britânica. O lucro privado e o desenvolvimento industrial tornaram-se prioridades para as iniciativas governamentais.

Na agricultura, a modernização dos processos de produção e colheita era urgente. Beneficiados pelas Leis de Cercamento das áreas comunais, promulgadas desde o século XVI, os proprietários particulares investiram capital na melhoria da produção. O movimento de cercamento ou demarcação (Enclosure Acts), retomado com vigor entre 1760 e 1830, foi responsável pela expropriação maciça dos camponeses e pela transformação da terra em mercadoria, um bem lucrativo monopolizado por grupos privados. Utilizava-se o sistema de arrendamento, com a contratação de camponeses ou pequenos proprietários, que se dedicavam a uma produção efetivamente voltada para o mercado. As transformações das propriedades e da exploração agrícola disponibilizaram uma mão-de-obra numerosa, que pôde ser aproveitada no trabalho das minas e na produção manufatureira. O esvaziamento dos campos devido aos avanços do capitalismo despertou comoções.

O mercado consumidor da nascente indústria britânica foi, no princípio, a própria Grã-Bretanha, uma vez que os fabricantes se preocuparam em produzir mercadorias socialmente úteis, tais como produtos da indústria de cerâmica para a construção ou utilidades domésticas. Posteriormente, o Estado incentivou uma política econômica mais agressiva e partiu para a conquista de mercados fora de seus limites territoriais, acelerando a arrancada imperialista.

Na produção lanígera e a algodoeira foram responsáveis pela multiplicação das manufaturas têxteis e pela supremacia britânica no setor. A indústria da lã estava ligada à economia camponesa, associada desde muitas gerações à criação de ovelhas. Já a indústria algodoeira vinculava-se ao comércio ultramarino, tanto pelo fornecimento de matérias-primas (como o fustão e a chita dos mercados orientais), como pelo aproveitamento do algodão cultivado em algumas áreas coloniais inglesas da América.

No curso da Revolução Industrial desenvolveu-se a indústria de base, representada principalmente pela metalurgia e, em especial, pela siderurgia. Sua demanda estava ligada ao setor militar, em menor escala, e posteriormente às ferrovias, construídas durante o primeiro quartel do século XIX e responsáveis pelo transporte de mercadorias e de um enorme contingente de pessoas.

O desenvolvimento do setor de transportes ferroviários só se tornou possível graças a pudlagem e à mineração do carvão, utilizado como fonte de energia para a indústria, uso doméstico e importante combustível para as locomotivas. O domínio desses processos permitiu que a burguesia britânica acumulasse bens de capital, fundamentais para a consolidação da economia industrial.

Cabe destacar o setor técnico-científico, que alguns historiadores apontam como um dos fatores determinantes do avanço britânico no setor industrial. Trata-se de um tema polêmico, uma vez que não existe uma unanimidade quanto à superioridade tecnológica e científica da Grã-Bretanha. Assim, podemos dizer que a industrialização na Grã-Bretanha foi muito mais do que o fruto de uma revolução técnica e científica. Ela representou uma mudança social profunda na medida em que transformou a vida dos homens, sem se preocupar com os custos sociais e ambientais dessa mudança.

2 HISTÓRICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

2.1 Origem e Evolução da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos teve sua origem na Era Mercantilista, no século XVIII, e utiliza como principal fonte de dados a Contabilidade Geral ou Financeira.

Quando nos deparamos com as expressões Contabilidade de Custos, Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial, surgem dúvidas quanto a diferença entre elas, como surgiu e qual a contribuição que podem trazer para a empresa.

Através de uma análise histórica sobre elas, são esclarecidas essas e outras dúvidas, nos dando uma visão mais ampla dos conceitos em questão.

2.1.1 Da Contabilidade Financeira à de Custos

No século XVIII, antes da Revolução Industrial, só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que atendia bem as empresas comerciais.

Para a apuração do resultado do período, bem como para o levantamento do Balanço em seu final, bastava o levantamento dos Estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples. (Martins, 2003, p .19).As mercadorias eram valoradas pelo montante pago por item estocado. Dessa operação, resultava o custo das mercadorias vendidas, até hoje representado pela seguinte fórmula:

CMV = Estoques iniciais (+) Compras ( - ) Estoques finais

O valor encontrado era confrontado com as receitas obtidas das vendas dos bens, chegando-se ao lucro bruto, e deste, deduzia-se “as despesas necessárias à manutenção da entidade durante o período, à venda dos bens e ao financiamento de suas atividades (Martins, 2003, p. 19). Surgiu daí a Demonstração do Resultado do Exercício, utilizada até hoje pelas empresas”.

Com a chegada da Era Industrial, ficou mais difícil atribuir valor aos Estoques; “seu valor de compras na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados” (Martins, 2003, p. 19).

Houve então a necessidade de adaptar os critérios de avaliação dos estoques industriais, seguindo o mesmo raciocínio utilizado na empresa comercial.

2.2 Escola Alemã

A escola alemã de contabilidade foi uma das mais fecundas em termos doutrinários. Entre os principais autores que contribuíram para seu desenvolvimento, destacam-se: Schmalenbach, Schmidt, Gomberg, Schar e Gutenberg.

O desenvolvimento da escola alemã, assim como o próprio desenvolvimento doutrinário da Contabilidade ocorrido no final do século XIX e no início do século XX deve-se, em parte, ás crescentes necessidades dos usuários contábeis dos vários setores da sociedade. Alguns fatores que contribuíram para essa evolução foram a ampliação dos mercados financeiros, a aceleração crescente da concentração das companhias e a expansão dos grupos empresariais, as crises sociais dos períodos de guerra e pós-guerra, etc.

Antes no final do século XIX, alguns movimentos contábeis já haviam se destacado na Alemanha. Um dos primeiros tratadistas alemães foi Mathaus Schwartz, que levou para aquele país no século XVI, o sistema de partidas dobradas após um período de treinamento em Veneza. No século XVII, foi a vez dos franceses influenciarem a Contabilidade alemã, especialmente Jacques Savary e M. de La Porte. Contudo, foi Hinrich Magelsen, um prático contábil alemão, que contribui, em 1772, com a idéia de depreciação de ativos. A primeira grande obra reconhecidamente alemã de Contabilidade financeira, Die Bilanzen der Aktiengesellschaften und der Kommanditgesellschaften auf Aktien, de Herman Veit Simon, foi publicada em Berlim em 1886.

A partir desses movimentos iniciais, a doutrina contábil alemã passou a concentrar-se no estudo de duas disciplinas: a Betriebstwirtschlehre e a Rechnungswesen.

2.2.1 A disciplina que nos interessa e Rechnungswesen

Rechnungswesen, disciplina a ser analisada, representa o conjunto de registros efetuados nos organismos econômicos com o objetivo de fornecer subsídio para demonstrações da gestão, servindo como base de orientação e controle para administradores e para outros usuários das informações da entidade, sendo muito mais aplicada que a economia empresarial. É composta por quatro segmentos básicos que direcionam suas atividades: escrituração (Buchhaltung ou Buch-fuhrung), cálculo de custos (Kostenrechnung e Kalkulation), orçametos (Planungsrechnung) e estatística da empresa (Betriebsstatistik).

O primeiro elemento, a escrituração, também denominada de Contabilidade stricto sensu, já que muitos autores alemães designam a Rechnungswesen como Contabilidade lato sensu (ou sistema de cálculo), é sistemática, contínua e representa o passado, e é dividida em períodos de tempo. Sua operacionalização é o registro cronológico das variações de valor e de composição ocorridas no patrimônio, como forma de demonstrar, ao final de cada período, seu resultado por meio da demonstração de resultado, e a atual situação patrimonial, por meio do balanço patrimonial. Esta Contabilidade pode, dependendo do ramo de atividade da empresa, estar dividida em Contabilidade financeira e Contabilidade industrial ou de exploração, podendo esta ser subdividida de acordo com os tipos e centros de custos, etc.

O segundo segmento, cálculo de custos, compreende a apuração dos custos fora da escrituração, utilizando-se de processos peculiares para cálculo dos custos dos produtos. Não possui o caráter formal do anterior.

O orçamento representa a parte da disciplina voltada para o planejamento de operações futuras e constitui-se da previsão de receitas e despesas de períodos futuros.

O último segmento, estatística da empresa, operacionaliza-se com o desenvolvimento de tabelas e quadros, com cálculo de valores médios e coeficientes, com a comparação e pesquisa de tendências, com a elaboração de diagramas, ou seja, é a parte que trata da análise e ordenação dos números que a escrituração e o cálculo de custos lhes fornecem e de outras informações importantes, como evolução dos preços, progressão das vendas, rotatividade dos estoques, distribuição das vendas por regiões, etc.

2.3 A Escola Americana

2.3.1 Controle das operações industriais

No período de 1900 a 1920, ocorreu o auge do movimento científico-administrativo e de crescimento das necessidades por informações gerenciais, que foi marcado pela preocupação fundamental de controlar os custos da fabricação. Vários trabalhos trataram do assunto, como, por exemplo, o de Harrigton Emerson, um engenheiro, que escreveu um artigo sobre custo-padrão para a revista Engineering Magazine em 1909, intitulado Efficiency as a Basis for Operations and Wages. Outro trabalho de destaque foi o de Alexander Hamilton Church, um engenheiro industrial que trabalhou na Inglaterra e nos Estados Unidos, que discorreu sobre alocação de custos indiretos, custo de capital e depreciação no artigo The Proper Distribution of Establishment Charges, publicado na mesma revista em julho de 1901. O sócio de Harriington Emerson G. Charter Harrison, também escreveu um artigo sobre custo-padrão e suas variações. Ele desenvolveu fórmulas para análise das variações e procurou incluir padrões predeterminados para o processo de orçamentação. O acadêmico John Maurice Clark é autor de um clássico sobre custos indiretos, aparecido em 1923. Esse trabalho, Studies in the Economics of Overhead Cost, foi publicado pela University of Chicago Press. Neste trabalho, Clark defendeu a idéia de que há diferentes tipos de custos e que seu conhecimento é muito útil para as várias decisões gerenciais.

Os escalões gerenciais (dos grandes complexos) exigiam cada vez mais um controle rigoroso das operações industriais. O papel da Contabilidade nas grandes empresas cresceu em tamanho e em complexidade. A Dupont, a General Motors, a Standard Oil e outros grupos norte – americanos cresceram consideravelmente durante a primeira metade do século XX, causando uma grande expansão vertical e descentralização. Para Kaplan (1984), um dos principais elementos de análise e controle operacional utilizados pelos gestores dessas organizações foi o retorno sobre o investimento (ROI - Return on Investment). Associado ao ROI, foram utilizados instrumentos como os orçamentos flexíveis e os preços de transferência. Como a demanda por informações contábeis aumentou, a participação da Contabilidade dentro das organizações ampliou-se. Os contadores passaram a trabalhar na preparação dos orçamentos, a dar assistência no trabalho de determinação de preços e nas operações de controle interno das organizações.

2.4 Da Contabilidade de Custos à Contabilidade Gerencial

A princípio a Contabilidade de Custos foi criada para solucionar os problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, e não como um instrumento de Administração.

A preocupação dos Contadores, Auditores e Fiscais foi fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos Estoques e do Resultado, não a de fazer dela um instrumento de administração. Por essa não utilização de todo seu potencial no campo gerencial, deixou a Contabilidade de Custos de ter uma evolução mais acentuada por um longo tempo.

Devido ao crescimento das empresas, com o conseqüente aumento da distância entre administrador e ativos e pessoas administradas, passou a contabilidade de custos a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial (Martins, 2003).

Leone (1995, p. 7) diz que a Contabilidade Administrativa (ou Gerencial) tem a função de precípua de registrar as operações internas, controlar tais operações e despesas relacionadas, e informar o administrador, quando este necessita tomar decisões. Também se dedica ao planejamento das atividades e ao estabelecimento das políticas e dos objetivos.

Ainda, segundo Leone (1985), a Contabilidade geral prende-se aos requisitos legais e fiscais, às convenções e padrões. A contabilidade Administrativa (ou Gerencial) não está condicionada a essas necessidades inflexíveis. Por isso mesmo, as técnicas e processos adotados por esta contabilidade poderão ser moldados para atender melhor aos interesses da Administração.

Por se tratar de uma visão nova, de apenas algumas décadas, ainda está em desenvolvimento e são necessárias certas adaptações aos Princípios e as Regras geralmente aceitas na Contabilidade de Custos, pois sua finalidade era apenas avaliar os estoques e não para fornecer dados a Administração.
Martins (2003) destaca também que:


Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: no auxílio ao controle e na ajuda às tomada de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos.
No que tange a decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação etc. (MARTINS, 2003, p. 22).


Um sistema de custos contribui para que se tenha controle mais preciso dos mesmos, diminuindo ou substituindo itens mais onerosos na composição dos custos, permitindo uma melhor análise de lucratividade.

Conforme Falk (2001, p.18), a contabilidade de Custos é um elemento da gerência financeira que gera informações sobre os custos de uma organização e seus componentes. Como tal, a contabilidade de custos é um subconjunto da Contabilidade geral.

Falk (2001, p. 18) apresenta através desta figura uma comparação, dentro da Contabilidade Geral, da Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos. Segundo ele a Contabilidade Financeira fornece informação primariamente para pessoas e entidades externas à instituição, tais como: bancos, fornecedores, sócios, governo e organizações financeiras. Normalmente consiste em informação referente a receita, balanço, fluxo de caixa e alterações em fundos específicos.

A Contabilidade Gerencial, por outro lado, tem mais uma utilização interna e fornece informação aos administradores a fim de melhor gerenciar a instituição. Os relatórios não têm formato predefinidos e podem ter informação sobre custos em âmbito departamental, negociações sobre preços e taxas a cobrar, e normalmente são direcionados para o planejamento estratégico e análise da rentabilidade da organização.

A Contabilidade de Custos inclui a Contabilidade Gerencial, mas focaliza também certos elementos da Contabilidade Financeira que estão intimamente relacionados com “a medição e o registro de custos”, que precisam ser encaminhados a entidades externas reguladoras.

2.4.1 Contabilidade Gerencial

A Contabilidade gerencial, assim como ocorreu com a financeira, foi propulsionada, pelo menos em parte, por uma associação de contadores preocupados com o desenvolvimento teórico e doutrinário desse ramo contábil. Essa associação surgiu após um núcleo do AAPA criar o American Institute of Accounting (AIA). Como o estatuto do AIA buscava o aprimoramento de seus membros, dois grupos de profissionais foram marginalizados nesse instituto: professores e contadores industriais. Essa situação deu origem, em 1916, á criação de um novo grupo representativo, a American Association of Instructors in Accounting (AAUIA), posteriormente denominada American Accounting Association (AAA). Por outro lado, os contadores de indústrias, em outubro de 1919, criaram uma organização própria intitulada National Association of Cost Accounting (NACA). A NACA, como apresenta Jordan (1993), passou a chamar-se National Association of Accountants (NAA) em 1957, e, finalmente, Institute of Management Accounting (IMA), em 1991. Em dezembro de 1919, foi emitido o primeiro boletim oficial, denominada NACA Bulletin, que destacou os objetivos da nova associação nacional de contadores de custos. Quando da alteração do nome da associação para NAA, a denominação do boletim passou a ser NAA Bulletin. Hoje, as contribuições dos contadores para o desenvolvimento do pensamento contábil gerencial são publicadas pela revista Management Accounting, que é o órgão oficial do instituto.

A Contabilidade gerencial foi conceituada por Simon (apud Macintosh, 1994, p. 40) como um processo de “identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações usadas pelos administradores para o planejamento, avaliação e controle de uma organização”.

O crescimento dos negócios em tamanho, em complexidade e em diversidade geográfica ocorrido no século XIX levou os administradores a aperfeiçoar seus sistemas contábeis para possibilitar o fornecimento de informações necessárias para as várias decisões gerenciais, incluindo desempenho, avaliação, planejamento e controle. O estudo e a prática da Contabilidade gerencial foram desenvolvidos para produzir esses sistemas e fornecer as informações necessárias para a tomada de decisões gerenciais.

A natureza dos negócios mudou com a revolução industrial. A grande produção de ferro ajudou a estabelecer as estradas de ferro e facilitou a construção de fábricas. Surgiram grandes companhias de eletricidade, de água, de gás, de bondes e férreas. A construção de estradas de ferro facilitou o desenvolvimento dos negócios e dos sistemas de distribuição das fábricas. A conjugação da produção em massa com o avanço dos sistemas de distribuição foi fundamental para o surgimento de grandes empreendimentos. As fábricas cresceram com o aumento da produtividade e com o aumento da demanda de produtos, gerando o processo de uniformização da produção. As atividades não cresceram somente em tamanho, mas difundiram-se por todos os lados, causando uma grande descentralização. Todos esses fatores aliados geraram a necessidade de desenvolvimento de novos métodos de administração e controle. Além disso, no campo social, com a propagação de organizações sem fins lucrativos, como é o caso das igrejas Gospel, ocorreu um aumento na demanda por informações para fins de controle e planejamento.

Esses fatores contribuem para o entendimento de que a contabilidade e a gestão de custos, nesse período, buscou sua consolidação como instrumento útil e capaz de auxiliar no gerenciamento de negócios.

3 CONCLUSÃO

O estudo da história do pensamento de custos é importante para que se conheça quais as principais fundamentações práticas e teóricas que estão alicerçando os procedimentos de custos hodiernos. Partindo do pressuposto de que o presente é um prolongamento do passado, assim como o futuro será um prolongamento do presente, a necessidade de tal conhecimento, entretanto, é muito grande, pois só através dele é possível conhecer o progresso da contabilidade e gestão de custos e ter bases para ainda melhor preparar o futuro, que somente será possível a partir do entendimento de uma parcela significativa dos acontecimentos do passado. Compreender o passado da contabilidade e da gestão de custos é tão importante quanto compreender o seu presente. Sem o passado não existe presente, assim como não existirá o futuro.

O imenso caminho percorrido pela mente humana, na sucessão dos anos, nas diversas civilizações, no campo da contabilidade e gestão de custos, forma um dos acervos culturais talvez mais preciosos da história da humanidade, pelo que contribuiu para o progresso.

Em tarefas quase anônimas, mas, partindo da memória dos fatos da riqueza para o entendimento de como a mesma poderia ser mais bem utilizada para a eficácia, os profissionais de custos, ao longo dos anos, foram sempre acrescentando utilidades à vida Humana.

Referências

BEAUD, Michel. História do Capitalismo: de 1500 aos nossos dias. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

FALK, James Anthony. Gestão de Custos para Hospitais: Conceitos Metodologias e aplicações. São Paulo: Atlas. 2001.

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. 4 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

JORDAN, Robert Earl. The Institute of Management Accountants' contribution to accounting thought: a descriptive and evaluative study. Ann Arbor: UMI Dissertation Services,1993.

KAPLAN, Robert S. The Evolution of Management Accounting. The Accounting Review, Nova York, LIX (3):390-418, julho de 1984.

LEONE, George Guerra. Custos Um Enfoque Administrativo. 11 ed. v. 1 Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1995.

MACINTOSH, Norman B. Management Accounting’ s dark side: part 1. CA Magazine, Toronto, 40 -5, setembro de 1994.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo: Atlas. 2003.

SCHMIDT, Paulo. História do Pensamento Contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000.

WEATHERFORD, Jack. A História do Dinheiro. São Paulo: Negócio, 1999.



O Custo e a Tomada de Decisão


1 INTRODUÇÃO


O artigo trata das questões relativas a custos, que passaram a ser de extrema importância na gestão econômica e estrutural das empresas comerciais, pois o ambiente competitivo em que elas se encontram tem levado os administradores a buscarem por uma série de novos recursos que possam auxilia-los nas tarefas de Controle e Decisão, facilitando assim o processo de melhor gestão do negócio.

Essa preocupação não poderia ser diferente, necessitando, portanto, de um estudo mais acurado para a elaboração de um sistema de custos de forma que permita uma melhor visualização da maneira como os custos estão sendo alocados nas empresas comerciais, tendo em vista que nas empresas industriais e nas empresas de prestação de serviços esse processo é de mais fácil aplicação.

A implantação de sistemas de custos é considerada como uma situação complexa, uma vez que o produto resultante não é palpável ou visível e, além disso, grande parte dos custos envolvidos é de natureza indireta, sendo que sua alocação acaba exigindo um estudo mais aprofundado. Dessa forma é necessário que se faça um estudo acerca do método que melhor se aplique para um caso, até a elaboração de um sistema de tal forma que se possa chegar aos custos envolvidos em cada mercadoria vendida.

O objetivo do presente artigo é analisar a estruturação de um sistema de controle de custos que se adapte às necessidades das Empresas Comerciais, sendo baseado em uma estrutura funcional de alocação dos custos indiretos baseado no ABC (Activity-Based Costing), bem como os custos das atividades realizadas nos centros de suporte a loja, conforme exemplo prático demonstrado neste trabalho. Com esse sistema de custeio, as informações terão a finalidade de auxiliar os gestores das empresas comerciais para melhorar o desempenho das suas atividades de gestão administrativa baseada em indicadores de desempenho precisos e confiáveis.

A contabilidade de custos como descreve Martins (2000), teve sua origem ainda na Era Mercantilista, antes da Revolução Industrial do século XVIII. Tendo como sua principal fonte a Contabilidade Financeira. O sistema de apuração dos custos consistia em levantar os estoques no início do período, adicionando as compras do mesmo período e deduzindo o que ainda restava do valor constante nas notas de compras, resultava o valor de despesa com as mercadorias vendidas, tendo como finalidade resolver problemas de mensuração monetária de estoques e de resultado, motivo pelo qual esta técnica ficou por muito tempo estacionada, pois não era feito dela um instrumento gerador de informações gerenciais.

Para Lawrence a definição de contabilidade de custos é “processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, os dados das vendas, torne possível a utilização das contas para estabelecer os custos, tanto por unidade como pelo total, para um ou para todos os produtos comercializados no negócio com a finalidade de obter operação eficiente, econômica e lucrativa.” A partir dessa definição, este trabalho apresenta como objetivos da Contabilidade de Custos os seguintes tópicos:

a) Determinação do lucro: utilizando os dados dos registros convencionais de contabilidade ou compilando-os de maneira diferente para que sejam mais úteis a administração;

b) Controle das operações e dos estoques: estabelecimento de padrões e orçamentos, comparação entre o custo real e o custo orçado e ainda previsões;

c) Tomada de decisões: formação de preços, quantidade a ser vendida.

d) No auxílio ao Controle: fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e previsões, para acompanhamento posterior.

A Contabilidade de Custos voltada para as empresas comerciais, baseada no custeio ABC precisa ser como um centro processador de informações que coleta os dados baseados em um planejamento, treinamento e organização interna dos setores da empresa que irão fornecer os dados, assim o Centro Processador de Informações que recebe os dados coletados, transformando-os em informações, por meio da operacionalização do sistema de custeio baseado em atividades.

Informações em forma de relatórios gerenciais consistindo no produto final que embasará o planejamento, o controle e as decisões da administração, para um gerenciamento eficaz e eficiente do negócio. Leone (1981)

Visa assim, determinar e atribuir os custos de maneira mais exata e justa possível. Para Martins (1993), uma das grandes utilidades dos sistemas de custos é exatamente a sistematização criada para o registro de volumes físicos vendido. A contabilidade financeira costuma trabalhar só com valores monetários, mas a de custos, apesar de poder também fazê-lo, tem sua utilidade ampliada com a utilização desses dados de natureza não monetária.

2 MÉTODO DE CUSTEIO TRADICIONAL

Podemos demonstrar a evolução da Contabilidade e Análise de Custos por meio de uma breve apreciação teórica sobre os sistemas de métodos de custeio desenvolvidos desde seu princípio na era Mercantilista passando pelas novas exigências da era Industrial e até os novos conceitos dos dias de hoje.

Pamplona (1993) afirma que “o sistema de custos tradicional se direciona principalmente para a função de avaliação de estoques e para a elaboração de demonstrações financeiras, buscando suprir precariamente, a necessidade de informações dos diversos agentes interessados na situação da empresa como, por exemplo, os acionistas, fornecedores, clientes, governo e a própria administração da empresa”.

Segundo Pamplona (1997), os sistemas de custeios tradicionais têm como característica a utilização de um método de apropriação de custos em dois estágios:

No primeiro estágio os custos indiretos são imputados aos centros de custos por meio de várias bases de rateio.

Em um segundo estágio os custos são apropriados dos centros de custos aos produtos através de uma base de volume, quase sempre tendo como de rateio os custos diretos, representados nas empresas comerciais pelo CMV.

O esquema básico completo de apropriação de custos dos sistemas tradicionais de contabilidade, segundo Martins (1990), consiste em:

. Separação de custos e despesas;

. Apropriação dos custos diretos à mercadoria vendida;

. Apropriação mediante rateio dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns;

. Rateio dos custos indiretos comuns e dos da administração geral da produção aos diversos departamentos do processo de venda da mercadoria;

. Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de vendas, segundo critérios fixados.

3 MÉTODO CONTEMPORÂNEO

O sistema de custeio baseado em atividades ABC (Activity-Based Costing), é uma nova ferramenta empresarial que tem como objetivos principais medir e melhorar as atividades que compõem os processos de negócios e calcular com precisão os custos dos produtos das empresas comerciais. Uma empresa, representada por uma sucessão de processos de negócios, que utiliza o sistema de custeio baseado em atividades, consegue identificar quais os recursos e as atividades consumidas por cada produto da empresa, conseguindo alocar de forma coerente os custos indiretos consumidos por cada produto, ou linha de produtos.

Cooper & Kaplan (1998) afirmam que o ABC "é uma abordagem que analisa o comportamento dos custos por atividades, estabelecendo relações entre as atividades e o consumo de recursos, independentemente de fronteiras departamentais, permitindo a identificação dos fatores que levam a instituição a incorrer em custos nos seus processos de oferta de produtos e de atendimento a mercados e clientes”.

Este método teve origem nos Estados Unidos da América, no inicio da década de 60, em trabalhos desenvolvidos pela General Eletric. Posteriormente, na década de 70, o ABC foi aperfeiçoado pelo professor Robin Cooper e somente a partir dos anos 80 é que veio a ter maior desenvolvimento, por intermédio das empresas de consultoria.

Mecimore e Bell (1995) afirmaram que o Custo ABC se desenvolveu por meio de três gerações e que poderá vir a quarta geração.

1ª geração: Contabilidade por atividade, proposta por CAM-I (Berliner e Brimson, 1988) e James A. Brimson (1991). O foco principal eram os custos dos produtos e a eliminação de direcionadores de custo que não agregavam valor nas melhorias, tampouco nas atividades. A atenção maior era dada ao uso dos direcionadores para um melhor uso dos recursos, e não dos processos. Primeiramente, se identificavam as atividades, e então os custos eram associados a cada atividade.

2ª geração: Custeio baseado em atividades (ABC), proposto por Cooper, Kaplan e seus seguidores, desde os últimos anos da década de 80. Foi constatado que as unidades de negócios a serem desenvolvidas já necessitavam de informações sobre os processos que eram identificados com as atividades, bem como dos custos dos produtos. Podem ser considerados como processos: a produção, a distribuição, a administração e outras funções da empresa. A melhoria contínua e a avaliação da performance eram desenvolvidas nos processos e custos dos produtos.

3ª geração: Gerenciamento baseado em atividades (ABM), proposto por Kaplan, Peter Turney e outros, principalmente desde 1991 ( também chamado gerenciamento de custeio baseado em atividades (ABCM – activity-based cost management). Focaliza as unidades de negócios e seus relacionamentos com outros negócios internos e externos à empresa. Sua preocupação maior está em analisar se tal atividade agrega ou não valor à unidade de negócio e se aumenta a vantagem competitiva da empresa por meio da análise de valor.

4ª geração: que ainda está sendo estudada, considerada e pesquisada, poderá vir a ser uma geração adaptada, onde englobaria as três gerações anteriores, que, por sua vez, são consideradas uma abordagem micro. Está geração irá aprimorar por meio de passos racionais à junção de atividades com os recursos simultaneamente e, assim, inovará o sistema ABC de forma a fornecer informações que venham a beneficiar a empresa como um todo.

No Brasil, as pesquisas sobre o ABC se desenvolveram, a partir do ano de 1989, pelo professor do Departamento de Contabilidade da USP, Masayuki Nakagawa. Inclusive, ele foi o primeiro a lançar um livro sobre o assunto, no Brasil.

De acordo com Nakagawa (1994), o rápido desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias de produção e comercialização, bem como, a globalização da economia fez com que as organizações desenvolvessem novas formas de visão e de gestão de negócios, dentre elas, o sistema de custeio ABC.

Para Martins (2000), com o avanço tecnológico, com a crescente complexidade dos sistemas de produção e comercialização, e com a grande diversidade de produtos e modelos vendidos na mesma planta, os custos indiretos vêm aumentando continuamente, tanto em valores absolutos quanto em termos relativos, comparativamente aos custos diretos. Como conseqüência, um tratamento adequado na alocação dos CIF aos produtos passa a ser de vital importância, pois os mesmos graus de arbitrariedade e de subjetividade eventualmente tolerados no passado podem provocar hoje enormes distorções. Assim, o levantamento de custos baseado em atividades é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente essas distorções encontradas hoje no sistema tradicional de custos.

Simplifica-se esta idéia da seguinte forma: sabe-se que as mercadorias compradas para serem vendidas exigem inúmeros processos, tais como: pedido, armazenagem, logística, e todos esses processos consomem atividades, já as atividades consomem os recursos, gerando custos. Assim, conforme Pamplona (1993), “o custo do objeto é a parcela do custo das atividades que participam de sua comercialização”.

Portanto, o custeio baseado em atividades não pode ser restringido apenas a um sistema de contabilidade gerencial de custos, pois este tem grande utilidade na definição e relação entre os custos e suas causas, fornecendo informações para que os gerentes possam atuar nestas causas tentando minimizá-las ou se possível eliminá-las. Por meio do ABC os gestores terão uma ferramenta poderosa para gestão de melhorias, a qual se trata do gerenciamento baseado em atividades ABM (Activity-Based Management).

3.1 As Razões que Motivaram o Interesse pelo Critério ABC no Comércio

A evolução da tecnologia alterou a composição dos custos indiretos, tornando-os tão significativos quanto os custos diretos, os quais nas empresas comerciais, são de valores mais elevados;

A competição global determinou mudanças nos processos de comercialização e, conseqüentemente, nos modelos de administração;

A gerência necessita de informações mais precisas quanto aos custos e às atividades que não acrescentam valor ao produto e à determinação dos custos;

A multiplicidade de produtos diferentes e a diversidade de clientes;

O amplo uso de computadores eletrônicos, que veio facilitar o controle automático da comercialização, a própria mudança nos processos operacionais e análise das atividades e seu custeamento, Nakagawa (1995).

Essas são as principais razões citadas que estão diretamente ligadas ao surgimento da proposta de emprego do ABC voltado para as empresas com ramo de comércio. Podemos afirmar que essa "nova" técnica e outras , são técnicas antigas, que tiveram sucesso fugaz, morreram, no entanto sofreram um processo de crioterapia e renasceram, agora com diversas alterações e ajustes ajustando-se as necessidades e tendências do ambiente das empresas comerciais.

3.2 Conceitos e terminologia do ABC

Recursos: são todos os insumos econômicos aplicados ou utilizados para a realização de uma atividade dentro de uma organização. Salários, aluguel, energia elétrica, despesas de compra e venda, são alguns exemplos de recursos.

Para Brimson (1996), recursos são os fatores de produção (mão-de-obra, tecnologia, viagens, etc) empregados para realizar uma atividade.

De acordo com Boisvert (1999), recursos são as mercadorias compradas para revenda com seus respectivos custos sob forma de serviços para adquiri-los, a mão-de-obra, os equipamentos, os imóveis, os bens e valores em geral, ou seja, recursos correspondem ao plano de contas da empresa.

Direcionadores de Recursos ou de Primeiro Estágio: Martins (2000), define direcionadores de recursos como o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos custos. Ele identifica a maneira como as atividades consomem recursos e servem para custeá-las, ou seja, demonstra a relação entre os recursos gastos e as atividades. Os direcionadores de recursos respondem as seguintes perguntas: “o que é que determina ou influencia o uso destes recursos pelas atividades?” Ou “como é que as atividades utilizam-se destes recursos?”

De acordo com Ostrenga (1997), a quantidade de cada direcionador que está associada à atividade que se quer custear é denominada “fator de consumo de recursos”. Por exemplo, se o direcionador de custos adotado for o número de empregados, então o fator de consumo de recursos é a quantidade de pessoas empenhadas em cada atividade.

Atividades: para Brimson (1996), são processos que consomem recursos substanciais para gerar uma produção. Uma atividade descreve o modo como uma empresa emprega seu tempo e recursos para alcançar os objetivos empresariais. A função principal de uma atividade é converter recursos (matéria-prima, mão-de-obra e tecnologia) em produção (produtos/serviços). A análise de uma empresa, considerando que as atividades facilitam a coerência dos objetivos, dá suporte à melhoria contínua e aperfeiçoa sistemas de suporte para decisão.

De acordo com Martins (2000), a atividade é composta por um conjunto de tarefas (seqüência de operações) necessárias ao seu desempenho. As atividades são necessárias para a concretização de um processo, que é uma cadeia de atividades, correlatas e inter-relacionadas, que se estende desde os fornecedores até os clientes, com o objetivo de fornecer um produto ou serviço.

As atividades podem ser classificadas como atividades fins (primária) ou de suporte (secundária). As atividades fins são aquelas que contribuem diretamente para a missão da unidade organizacional e são utilizadas fora da empresa para o custeio dos objetos de custos. Já as atividades de suporte são aquelas que servem de apoio às atividades primárias. Elas incluem gerência, treinamento, administração e outras.

Uma atividade, normalmente é apresentada na forma de um verbo no infinito. Exemplo: comprar materiais, desenvolver fornecedores, receber mercadorias, controlar produção, cortar matéria-prima, montar produto, despachar produto, etc.

Direcionadores de Atividade ou de Segundo Estágio: segundo Martins (2000), identifica a maneira como os produtos/serviços consomem atividades e serve para custear os objetos de custos, ou seja, indica a relação entre a atividade e os objetos de custos.

A quantidade ou percentual de cada direcionador de atividade é denominado fator de consumo de atividade. Por exemplo, se número de “setup” é o direcionador de atividade adotado, então a quantidade de “setup” é o fator de consumo da atividade (Pamplona, 1997).

Para Nakagawa (1994), é o mecanismo utilizado para rastrear e indicar as atividades necessárias para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. As análises dos direcionadores de segundo estágio são essenciais para o processo de melhoria contínua.

Objetos de Custos: é a razão pela qual as atividades são realizadas. Por exemplo, um produto é um objeto de custo, pois para que ele seja produzido, vendido e distribuído é necessária a realização de diversas atividades que só são executadas com o objetivo de dispor esse produto para o consumidor.

Segundo Pamplona (1997), os objetos de custos podem ser tanto produtos, como serviços, lotes de produtos, linhas de produtos ou serviços, peças, clientes, tipos de clientes ou outros objetos que se queira custear de acordo com interesse da administração.

Portanto, no sistema de custeio ABC a atribuição dos custos indiretos e de apoio são feitos em dois estágios. No primeiro estágio, denominado de “custeio das atividades”, os custos são direcionados às atividades. No segundo estágio, denominado de “custeio dos objetos”, os custos das atividades são atribuídos aos produtos, serviços e clientes.

3.3 Custeio das Atividades no Comércio

No custeio das atividades a atribuição dos custos às atividades é feita primeiramente por meio dos direcionadores de custos de primeiro estágio. Nessa etapa deve-se seguir os seguintes passos:

a) Especificação das atividades;
Para que um sistema de custos seja adequado, é fundamental que se entenda como os custos são incorridos. Dessa forma, deve-se entender todo o processo de comercialização da empresa. Segundo Boisvert (1999), um processo é uma cadeia de atividades que se estende desde os fornecedores aos clientes, necessária para fornecer um bem ou serviço.

É através da Análise de Processo Empresarial (“Business Process Analysis - BPA”) que se pode compreender o sistema de comercialização da empresa. Para Ostrenga (1997), ela permite que se entenda por que um objeto custa o que custa e a ação corretiva que se deve tomar sobre o seu custo, se necessário. A análise de processo do negócio começa identificando os processos e posteriormente os divide em atividades, estabelecendo uma base para gerenciar os custos. Com isso, as atividades passam a ser o ponto focal para a identificação de oportunidades de aperfeiçoamento e melhoria de desempenho da empresa.

b) Rastreamento dos custos;
É importante observar que para cada atividade deve-se atribuir o respectivo custo. O custo de uma atividade compreende todos os sacrifícios de recursos necessários para desempenhá-la. A primeira fonte de dados para custear as atividades é o razão geral da empresa. Geralmente é necessário, também, solicitar estudos da área de engenharia e realizar entrevistas com os responsáveis pelos departamentos ou processos e até com quem executa a atividade (Martins, 2000).

Ao analisar os registros contábeis da empresa, busca-se uma melhor compreensão da base de dados e a sua reestruturação com vista à apropriação dos custos às atividades. Nesta análise, deve-se incluir os custos não relacionados diretamente com a mercadoria para revenda (despesas), o que não é aceito pelo fisco, mas que é de grande valia para fins gerenciais e, conseqüentemente, para o sistema ABC. Também, devem ser observadas as oportunidades de agruparem-se as contas semelhantes e uma possível combinação entre as linhas de produtos, bem como, verificar se os critérios de apropriação existentes são os mais adequados. Nas empresas Industriais e de Serviços utiliza-se centros de custos.

c) Identificação e seleção dos direcionadores de recursos;
Direcionador de recurso é o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Ele identifica a maneira como as atividades consomem recursos, ou seja, demonstra a relação entre os recursos gastos e as atividades. Portanto, deve refletir a causa básica da atividade.É obtido através de estudos e pesquisas que indicam a verdadeira relação entre o custo e a atividade. Ou seja, procura identificar o que é que efetivamente gerou o custo de maneira racional e analítica de forma a se dirimirem as possíveis distorções. Segundo Martins (2000), o grande desafio, a espinha dorsal, a verdadeira “arte” do ABC está na escolha dos direcionadores de custos.

Para Pamplona (1997), como os direcionadores de primeiro estágio afetam apenas indiretamente os custos dos produtos, o seu esquema de designação pode ser menos rigoroso que o adotado para escolher os direcionadores de segundo estágio. A meta, segundo Kaplan (1998), é ser aproximadamente correto, e não precisamente incorreto, como ocorre com praticamente todos os sistemas tradicionais de custeio.

Assim, pode-se dizer que o direcionador de custo de primeiro estágio é a base para o rastreamento dos custos às atividades. Como são as atividades que consomem os recursos deve haver uma relação lógica entre eles. Portanto, os direcionadores de custos exercem papel importante no sistema de custeio ABC, pois, além de serem os responsáveis por uma maior precisão dos custos, possibilitam uma atuação mais eficaz sobre as atividades que causam os custos.

d) Atribuição dos custos às atividades
Uma atividade, segundo Brimson (1996) é uma combinação de pessoas, tecnologia, matérias primas, métodos e ambiente, que gera determinado produto ou serviço. As atividades descrevem o que uma empresa faz, a maneira como o tempo é gasto e os resultados obtidos dos processos. Assim, o custo de uma atividade inclui todos os fatores para comercialização, expresso como elementos de custos dentro de um plano de contas, empregados para realizá-la.

No que se refere ao processo de atribuição de custos às atividades nas empresas comerciais, um bom sistema de custos, dividido em linha de produtos, torna-se um grande facilitador para o processo, principalmente se as linhas de produtos refletirem as atividades. Porém, nem sempre numa linha de produtos se desenvolve uma atividade, podendo ocorrer, de acordo com Martins (2000), três situações:
Um centro de custos executa uma atividade - neste caso, a atividade pode ser o próprio centro de custo.

Um centro de custos executa parte de uma atividade - neste caso, seria necessário reunir alguns centros de custos para se ter uma atividade.

Um centro de custos executa mais de uma atividade – neste caso, seria conveniente desmembrar o centro de custos em suas várias atividades.

Segundo Martins, (1998), a atribuição de custos as atividades poderá ocorrer baseado em três maneiras:

Alocação direta, quando existe uma identificação clara, direta e objetiva de certos custos com certas atividades;

Rastreamento, é uma alocação com base na identificação da relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração dos custos;

Rateio, é a última das formas de distribuição dos custos por atividade e somente se realiza quando da impossibilidade de proceder nas formas anteriores. Seu principal problema é a forma arbitraria como é distribuído e é a linha divisória entre os modelos tradicionais de custos e o ABC.

O custeio ABC procura custear cada atividade atribuindo a elas os recursos consumidos pela organização através dos direcionadores de recursos. Esta atribuição deve ser feita através de uma forma criteriosa cuja ordem de prioridade é: alocação direta, rastreamento e rateio. Entretanto, pode ocorrer que algumas atividades de suporte necessitem ser atribuídas para outras atividades. Nesse caso, deve-se hierarquizar as atividades de tal forma que evite uma referência cruzada, ou seja, evite que uma atividade que já distribuiu seus custos volte a receber parte dele num processo de “loop”. É também aconselhável, neste caso, que se mantenha a ordem de prioridade nas bases de atribuição dos custos de uma para outra. Assim, calculado o custo das atividades, a etapa seguinte é custear os objetos de custos.

3.3.1 As Vantagens do Sistema ABC no Comércio

O ABC não é uma técnica nova, mas tem sido utilizada há pouco tempo com grande ênfase, pois tem demonstrado ser muito mais eficiente que os sistemas tradicionais nos novos sistemas produtivos, quando se necessita, de informações mais acuradas sobre os custos para direcionar as decisões estratégicas. O ABC propicia isto devido a relação entre os custos indiretos, responsáveis pela perda da relevância das informações contábeis dos sistemas tradicionais, e os direcionadores de custos que representam realmente o consumo dos recursos da empresa por parte das atividades que geram os custos indiretos.

O sistema ABC apropria os custos indiretos às atividades e os custos das atividades aos produtos, apresentando assim resultados confiáveis e gerando informações valiosas para controle dos custos, servindo de base sólida para o processo de decisão gerencial e proporcionando um custeio coerente e realista aos produtos e ou serviços da empresa, informações estas que o sistema de contabilidade moderno deve proporcionar.

Conforme Pereira Filho & Amaral, as vantagens apresentadas pelo método ABC são as seguintes:

1 - Com os atributos revelados pela análise das atividades, permite identificação de detalhes importantes que antes estavam obscuros;

2 - Como elemento da Contabilidade estratégica de custo/gerencial descortina uma visão de negócios, processos, atividades, que são de interesse direto e imediato para a competitividade da empresa;

3 - Permite uma melhoria nas decisões gerências, pois se deixam de ter produtos "subcusteados" ou "supercusteados";

4 - Permite ações de melhoria contínua das tarefas para a redução de custos indiretos;

5 - Facilita a determinação de custos que agregam ou não valor ao produto;

6 - É capaz de identificar e apresentar soluções aos possíveis gargalos;

7 - Inova o critério de rateio, principalmente aos custos indiretos, evitando as distorções encontradas nos métodos tradicionais.

Cooper e Kaplan (1991) caracterizam o ABC como uma ferramenta importante para se definir as prioridades de lucro da empresa, “o ABC auxilia a gerência a visualizar oportunidades lucrativas para a empresa”. A própria estrutura baseada em atividades permite aos gerentes focalizar as atividades que causam maiores impactos nos custos e possibilita, através de esforços de melhoria, reduzir os efeitos destas atividades no custo do produto.

Em outro artigo Cooper e Kaplan (1988) colocam a idéia de que “o ABC gera informações mais acuradas que permitem ao gerenciamento lançar foco em processos e produtos com maior possibilidade de aumentar lucros e facilita as decisões sobre projeto do produto, preço, marketing, mix de produção além de encorajar medidas de melhoria contínua”.

O sistema ABC, segundo Cooper e Kaplan (1991), também permite, dentro deste panorama, que os gestores tenham conhecimento de como a empresa projeta, e envia os seus produtos, facilitando a visualização das atividades que geram maior ou menor custos, termo este não adequado, mas utilizado com freqüência para designar as atividades de apoio à comercialização.

3.3.2 As Desvantagens do Sistema ABC

Entretanto o sistema ABC tem sido criticado em alguns pontos, na qual se considera o sistema falho. Um ponto é que o sistema ABC fornece informações sobre o passado e a administração necessita de informações sobre o futuro para se tomar decisões, é criticado também o enfoque na redução dos custos, os críticos, defendem também, que o foco de atenção deve ser a redução das variações e do tempo de comercialização, segundo Johnson (1992), as empresas deveriam ater-se a reduzir estas variações e tempo de comercialização e deixar as reduções de custo acontecerem naturalmente.

Uma desvantagem, ou melhor, um ponto que pode se tornar de risco para o sistema, é a definição do nível adequado de detalhamento dos processos e atividades. Se este detalhamento não for definido de acordo com as necessidades da empresa, o sistema irá provocar mais dúvidas do que respostas, e não irá atender o que era esperado.

Conforme Pereira Filho & Amaral, as Desvantagens apresentadas pelo método ABC são as seguintes:

• Por ser o ABC decorrente do método de custeio por absorção, ele carrega algumas das limitações do mesmo;
• Geração de informações confiáveis somente a longo prazo. O método irá precisar de constantes revisões;
• Controle dificultado com empresas que possuem grande número de atividades;
• Como ferramenta de terceirização, o ABC possui limitações, principalmente dentro de etapas da produção, pois fornecerá o custo do produto, e não seus componentes. Para a apuração de tal custo, é necessário analisar o componente como um produto isoladamente;
• O sistema ABC é dispendioso;
• Por causa das inúmeras atividades em que as operações são subdivididas, as áreas de responsabilidade quase inexistem;
• O ABC na sua forma mais detalhada é de difícil aplicabilidade prática.
Na verdade, o sistema ABC sozinho não irá resolver todos os problemas da empresa. Ele deve ser uma ferramenta a ser utilizada integrada a outras, entre as quais pode-se destacar a análise do processo empresarial, análise de valor do processo, custos da qualidade. Enfim, o ABC deve estar inserido dentro do que se pode chamar gestão do contínuo aperfeiçoamento.

4 GESTÃO DE CUSTOS NAS EMPRESAS COMERCIAIS

A Gestão de Custos como relatada por Hansen (2001), tem como finalidade a produção de informações para usuários internos, especificamente na coleta, mensuração, classificação e relatando informações que serão úteis aos gestores auxiliando no planejamento, controle e tomadas de decisões.

É exigida para a Gestão de Custos um profundo conhecimento da estrutura de custos da empresa, possibilitando uma determinação de custos a longo e a curto prazo de atividades e processos, assim como os custos de produtos e serviços. Esses custos não aparecem nas demonstrações financeiras, porém conhecer estes custos é fundamental para empresas que estão engajadas em tarefas como melhoria continua, qualidade total, gestão ambiental e gestão estratégica.

A Gestão de custos engloba tanto a Contabilidade de Custos como a Contabilidade Gerencial, sendo que a primeira tenta satisfazer objetivos de custeio para a contabilidade financeira e gerencial, utilizada em propósitos internos fornece informações de custos sobre produtos, clientes, serviços, projetos, atividades. Enquanto a segunda preocupa-se com a forma que as informações de custos, financeiras e não financeiras serão transformadas em planejamentos e tomadas de decisão.

Nas empresas Comerciais, os custos são de fácil identificação, e conseqüentemente, de fácil alocação, devido ao pequeno número de variáveis, identificadas como custos diretos e indiretos, onde os custos diretos são representados pelo Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), e os custos indiretos pelos demais custos.

Para podermos descrever o comportamento de custos requer a medida de execução da atividade no comércio. Sabemos que a execução da atividade é medida por direcionadores de atividade. Portanto, para entender o comportamento dos custos no comércio, precisamos primeiro determinar as atividades subjacentes e os direcionadores associados que medem a capacidade e a execução da atividade comercial. A necessidade de entender esse relacionamento de custo-atividade nos leva à determinação de uma medida apropriada da execução da atividade, ou direcionador de atividade. A escolha do direcionador é feita sob medida não apenas para a empresa em particular mas também para a atividade, ou custo, em particular, que está sendo medido.

4.1 Exemplo do Sistema ABC Aplicável ao Comércio

A título de exemplo vamos considerar uma aplicação do ABC no comércio varejista, onde a principal questão é a lucratividade, representada pela diferença entre as receitas e os custos distribuídos a cada produto. No setor comercial os custos diretos são de fácil identificação, pois são representados pelo Custo das Mercadoria Vendidas (CMV), porém o rateio dos custos indiretos é que acaba distorcendo o resultado da lucratividade por produto, pois normalmente são distribuídos de forma generalizada para os produtos, ou para uma linha de produtos (uma linha de produto é um grupo de produtos similares).

Supondo-se que um supermercado utilizava para a loja um sistema de custeio que tinha uma única categoria de custo direto (mercadorias compradas para a venda) e uma única categoria de custo indireto (suporte a loja). Os custos de suporte eram alocados aos produtos a uma taxa de 30% dos custos das mercadorias vendidas. Por exemplo, a um produto que custou 8,80 é alocada uma quantia de custo indireto no valor de 2,64 (8,80 x 30%), conforme relatório de lucratividade abaixo:


Para obter melhores informações sobre a lucratividade dessa empresa comercial, foi implantado um sistema de custeio por linha de produtos. Esse modelo demonstra a apropriação dos custos diretos e inditretos por linha de produtos, conforme o critério de alocação dos custos indiretos, analisado pelos gestores como sendo o mais próximo da realidade (no exemplo citado anteriormente é de 30% sobre o custo direto). As linhas de produtos ficaram assim distribuidos: Carnes, Frutas e Grãos, conforme quadro abaixo.


Com as informações desse novo relatório, referente a lucratividade, pode-se constatar que o custeio ABC demonstra de forma mais clara, onde foram realmente incorridos os custos, ou seja, qual linha de produtos consumiu mais ou menos recursos, em comparação com a forma de rateio pelo método convencional.

A linha de produto referente a carnes pelo critério convencional tinha 1,23% de lucratividade, pelo ABC contatou-se que é de 7,82%, já a linha de produto referente a frutas, tinha uma lucratividade de 6,27%, com o ABC constatou-se que é de 0,52% e, finalmente a linha de produtos referente a grãos, que tinha lucratividade de 2,64%, passa com o custeio ABC para 7,01%. Essas diferenças no percentual de lucratividade, é devido a alocação dos custos indiretos, feita de forma aleatória pelo método de custeio convencional, e pelo custeio ABC são feitas aso alocações dos custos com base nas atividades desenvolvidadas em cada linha de produto, deixando assim, mais perto da realidade os valores alocados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o passar do tempo as empresas comerciais, em seus diversos segmentos vêm crescendo mais e mais, passando a ocupar maiores espaços no moderno ambiente de negócios. Devido à evolução econômica e ao aumento da competitividade, passaram a buscar novos conceitos em informações gerenciais para que pudessem acompanhar este mercado cada vez mais exigente.

O exemplo utilizado neste trabalho comprovou que o ABC utilizado nas empresas comerciais pode ser uma ferramenta para controle de gestão e para tomada de decisões pelos gestores, bastando apenas, a implantação de um sistema de informações adequado referente aos custos.

Concluímos com a realização deste trabalho referente ao sistema de custeio ABC aplicado nas empresas comerciais que: O problema reside nos custos indiretos, que muitas vezes a base de rateio pode ser questionada. São significativos para apuração dos custos unitários totais e conseqüentes decisões de margem de lucratividade por produto, visando a estratégia de preços mais competitiva, tornando desta forma a Contabilidade de Custos uma importante ferramenta de Gestão Empresarial, onde todas as empresas comerciais, que se utilizam destas informações no intuito de aperfeiçoarem suas rotinas de trabalho, ter suporte nas tomadas de decisões e acompanharem a evolução dos resultados operacionais da empresa, mantenha lucrativa competitiva e bem posicionada frente a concorrência.

Referências

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JOHNSON, Thomas H, KAPLAN, Robert S. Contabilidade Gerencial: a restauração da relevância da contabilidade nas empresas. Rio de Janeiro: Editora Campos, 1992.

KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo & Desempenho. São Paulo: Futura, 1998
LEONE, G.S.G. Curso de Contabilidade de Custos - Contém Custeio ABC. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1997.MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2000

MAUAD, Luiz Guilherme A.; PAMPLONA, Edson de O. O Custeio ABC em empresas de serviços: Avaliação dos problemas de implantação em uma empresa de pesquisa. VIII Congresso Brasileiro de Custos, outubro de 2001. São Leopoldo R/S.

NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos. São paulo: Atlas, 1993
OSTRENGA, M. Guia da Ernst & Young para gestão total dos custos. Rio de Janeiro: Editora Record, 1997.

PADOVEZE, C.L. Contabilidade gerencial – Um enfoque em sistema de informação contábil. São Paulo, Editora Atlas S.A., 1997.

PAMPLONA, Edson de O. Contribuição para a análise crítica do sistema ABC através da avaliação de direcionadores de custos. Tese de Doutorado. EAESP/FGV. 1997.

PEREZ, J. H. J.; OLIVEIRA, L. M. De.; COSTA, R. G. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas, 1999.

Glossário

Ativos
Tudo o que acrescenta valor à empresa: dinheiro no banco, contas a receber, propriedades, equipamentos, ações, títulos, etc.

Balanço patrimonial
É o que evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data. O balanço lista ativos, passivos e produz o seu patrimônio: o valor líquido da sua empresa (baixe um Balanço patrimonial de amostra)

Contabilidade
Sistema que controla as transações que geram receita e despesa para o negócio. Ele utiliza os dados para criar relatórios que demonstram o status financeiro e o status de tarefas do negócio.

Contabilidade de exercício
Sistema contábil nos quais os relatórios são extraídos de contas a pagar, contas a receber, venda e pagamentos à vista. A maioria dos contadores recomenda a contabilidade de exercício se você fatura os seus clientes ou incorre em débito.

Contabilidade de caixa
Sistema contábil no qual as transações à vista são registradas e os relatórios são montados a partir de pagamentos reais realizados dentro e fora da empresa.

Contas a pagar
Dinheiro que a empresa deve a seus fornecedores.

Contas a receber
Dinheiro que os clientes devem à empresa.

Custo x Despesa
Tem muita gente que acha que custo e despesa é a mais coisa. Em finanças, não é. Todo o gasto relacionado ao processo produtivo do seu negócio é custo (por exemplo, gastos com farinha e fermento para produzir pães, em uma padaria), todos os outros gastos (por exemplo, o salário do caixa) são despesas.

Custo fixo x Custo variável
O custo fixo é a parcela do custo que não varia em face da produção (por exemplo, o pagamento do aluguel aonde estão as máquinas de uma fábrica), enquanto custo variável é aquele que varia de acordo com a produção (por exemplo, o papel utilizado na produção de revistas).

Declaração de lucros e perdas
Um dos relatórios que o sistema contábil gera para dar uma visão de como a empresa está se saindo. Uma declaração procurará por um período de tempo como um mês, um trimestre ou um ano. Pode-se comparar com outros períodos de tempo para tomar decisões (baixe uma amostra de Declaração de lucros e perdas)

Escrituração contábil
Processo de inserção de dados dentro do sistema contábil, incluindo valores, data e origem de cada receita ou despesa. Nenhum sistema contábil funciona sem uma escrituração contábil confiável.

Faturamento x Lucro
Faturamento é a receita total de sua empresa, tudo o que ela consegue gerar de dinheiro. Enquanto lucro é a o faturamento deduzido de todos os gastos (incluindo custos fixos e variáveis e despesas) da empresa.

Fluxo de caixa
Resumo da origem e uso de dinheiro da empresa. Um relatório de fluxo de caixa mostrará as mudanças na sua posição de caixa durante um período de tempo (baixe uma Demonstração de fluxo de caixa de amostra)

Investimento
São os gastos necessários para iniciar as operações do seu negócio. Por exemplo, para montar uma lan-house você precisa comprar computadores, impressoras, fazer uma reforma no local, etc... ou seja, todo o gasto efetuado antes da abertura do seu negócio é chamado de investimento

Nota fiscal
Registro por escrito de uma transação, geralmente dado a um cliente quando um serviço ou produto é fornecido e prevê o dia do pagamento.

Orçamento
Processo de administração do fluxo de caixa na empresa.

Passivos
Tudo o que a empresa deve a outras: contas a pagar, débito de cartão de crédito, hipotecas, etc.

Patrimônio
Valor líquido da empresa quando todos os ativos e passivos são contabilizados.

Venda à vista (recebimento)
Esta é a venda de um produto ou serviço que é pago mediante entrega. A documentação que acompanha a venda é a nota fiscal.


Referências

http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/contabilidade-eua7.htm

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Videos (Custos e Balancetes)




Balancete de Verificação - Receitas Sevilha Contabilidade Ltda.











Contabilidade - Análise de custos - Custeamento por processo










Faq

O que é Contabilidade?

Acontabilidade é uma ciência que tem por objetivo o controle do patrimônio de pessoas físicas ou jurídicas, tem seus tramites próprios, respeitando o método das partidas dobradas.

Qual é a viabilidade de uma empresa optante do Lucro Presumido passar para Lucro Real? Pagará menos impostos?

A empresa optante pelo Lucro Presumido deverá antes de alterar sua forma de tributação e verificar junto com a contabilidade a viabilidade desta alteração através de um planejamento tributário. Já verificamos que o PIS é um dos impostos, que no caso da opção ao Lucro Real, implica em carga tributária maior, mesmo depois da MP66, pois a alíquota do Lucro Real e de 1,65% e do lucro presumido é de 0,65%. A empresa deverá verificar a carga tributária de uma forma de tributação e da outra, para depois optar pela que ofereça carga tributária menor.
Solicite um "Planejamento Tributário " de sua empresa e veja a melhor viabilidade na forma de opção federal a ser adotada.
Lembramos que a forma de tributação é adotada no ato do pagamento da primeira guia no ano corrente.

O que representa Amortização Acumulada?

Representa a conta que retifica o valor dos bens intangíveis registrados no ativo permanente; a redução do valor contábil será calculada anualmente através laudo pericial, é conta redutora do Ativo, tem saldo credor.

O que é ativo?

É o conjunto das contas que representam os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas do ativo têm saldo devedor, exceto as redutoras do ativo que apresentam saldo credor.

O que é ativo circulante?

Representa os direitos de curto prazo, ou seja, até realizáveis até o término do exercício social seguinte. Dinheiro em caixa ou em bancos, direitos e valores a receber duplicatas, estoques etc.

Juros pagos sobre saldo de contas garantidas e limites de cheques especiais são deduzidos para calculo de PIS?

A MP66 foi clara ao mencionar que juros sobre empréstimo de terceiros para pessoas jurídicas poderão ser abatidos na base de calculo para PIS. Aplicam-se nesse item o s juros cobrados no cheque especial e contas garantidas, que são teoricamente empréstimos efetuados no banco.

Quem tem direito ao abono do PIS?

A Lei nº 7.859/1989 e a Lei nº 7.998/1990 asseguraram o recebimento do abono anual, no valor de um salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empregados que:

a) perceberem de empregadores, que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o programa do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), até 2 (dois) salários-mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado, e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;

b) estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de participação PIS/PASEP;

De que é composto o ativo disponível?

Composto pelas contas que representam a disponibilidade (liquidez) imediata, o disponível e composto pela s contas caixa, bancos conta movimento, aplicações de liquidez imediata e numerários em trânsito.

O que representa o ativo diferido?

Representa os gastos com a pré-organização da empresa, reestruturação societária, juros pagos aos acionistas antes das operações ou em desenvolvimento de pesquisas que objetivam em períodos futuros gerar receita operacional, neste caso o que foi gasto é um direito da empresa a ser amortizado anualmente, a partir do início das operações.

O que representa o ativo permanente?

Representa os bens e direitos da empresa, com objetivo de gerar ganhos ou que estejam relacionados com a operacionalidade e manutenção, não existe prazo e realização ou a intenção de venda.

O que é ativo realizável a longo prazo?

São os direitos da empresa que vencerão após o término do exercício social seguinte. A conta empréstimos a sócios e acionistas, mesmo com prazo estabelecido será classificada no ARLP.

O que é avaliação do ativo?

É o procedimento utilizado para apresentar o valor real do ativo, pode ser
pelo preço de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, ou pelo Método de Equivalência Patrimonial para os investimentos em coligadas / controladas, o resultado desta avaliação será apresentado no Balanço Patrimonial.

O que é balanço patrimonial?

É uma demonstração contábil onde é apresentada a situação econômica/ financeira da empresa, normalmente ao final do exercício social, é composto pelo Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, sendo que o Ativo é igual ao Passivo mais o Patrimônio Líquido.

O que são contas de resultado?

São as contas que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício
(receitas e despesas).

O que representam as contas patrimoniais?

Representam os elementos ativos, passivos e patrimônio líquido (bens,direitos, obrigações e patrimônio líquido).

Onde são classificadas as contas redutoras do ativo?

São classificadas no ativo, possuem a particularidade de ter saldo
credor, o que não quer dizer que sejam negativas.

Onde são classificadas as contas redutoras do passivo?

São apresentadas no passivo com saldo devedor, reduzindo o valor contábil do grupo. Por exemplo, deságio na venda de debêntures, juros a transcorrer e custo de Resultado de exercícios futuros.

O que são as contas redutoras do patrimônio Líquido?

São as contas que reduzem o valor do PL, representadas por capital a integralizar, prejuízos acumulados, ações em tesouraria.

Qual o objetivo da demonstração de lucros / prejuízos acumulados?

Tem por objetivo demonstrar a movimentação da conta de lucros ou prejuízos acumulados, ainda não distribuídos aos sócios titular ou aos acionistas, revelando os eventos que influenciaram a modificação do seu saldo.

O que é regime de caixa?

É o regime contábil que apropria as receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente ...


Referências

http://www.assecon.com.br/pr.php

http://www.scribd.com/doc/3110304/Contabilidade-Dicionario-de-Termos-Contabeis

http://www.sistemacontabilidademg.com.br/perguntas.asp#Fiscal

domingo, 23 de maio de 2010

Algumas referências importantes

LEONE, George Guerra. Custos Um Enfoque Administrativo. 11 ed. v. 1 Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1995.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo: Atlas. 2003.

SCHMIDT, Paulo. História do Pensamento Contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000.

WEATHERFORD, Jack. A História do Dinheiro. São Paulo: Negócio, 1999.

http://www.sistemacontabilidademg.com.br/perguntas.asp#Fiscal

http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/contabilidade-eua7.htm

http://www.sebrae.com.br


http://www.assecon.com.br/pr.php